quarta-feira, 24 de julho de 2013

A descentralização, a democratização da gestão escolar e a construção da autonomia da escola


     Como paradigma, é uma visão de mundo que permeia todas as dimensões da ação humana não se circunscreve a esta ou aquela área, a este ou aquele nível de operação. A realidade atua como um conjunto de peças de dominó colocadas em pé, lado a lado; essa situação ilustra a compreensão da realidade como um sistema daí por que todos os conceitos seriam inter-relacionados.
     Muito embora as concepções de descentralização, democratização da gestão escolar e autonomia da escola sejam parte de um mesmo corolário, encontramos certos sistemas que buscam o desenvolvimento da democratização da gestão escolar, sem pensar na autonomia  do estabelecimento de ensino e sem decentralizar o poder para a mesma. Por outro lado, ainda, observa-se o esforço de alguns sistemas de ensino, no sentido de desenvolvimento nas escolas os conceitos de democratização e autonomia de modo centralizado, o que implica uma contradição paradigmática muito comum, que faz com que os esforços se anulem.
     Em consequência, é possível identificar certa diversidade de orientações e expressões que manifestam graus de intensidade diferentes em relação ao seguimento dos paradigmas. É em função disso que podemos afirmar que vivemos em uma condição de transição entre um paradigma e outro, de que resultam algumas tensões e contradições próprias do processo.
     
O processo de descentralização

     Por que hoje há tendência à descentralização? Conforme Ana Luiza Machado (1999, p. 86), é porque o mundo passa por mudanças muito rápidas. Na verdade, a globalização coloca cada dia um dado novo, cada dia, uma coisa nova. Então, isso gera a necessidade de que o poder decisório esteja exatamente onde a coisa acontece.
     O movimento de descentralização em educação é internacional e está relacionado com o entendimento de que apenas localmente é possível promover a gestão da escola e do processo educacional que promove altamente dinâmico, qualquer esforço centralizado e distante estaria fadado fracasso, como de fato, tem-se verificado.
     É preciso reconhecer que a descentralização tem sido praticada tendo como pano de fundo não apenas essa perspectiva de democratização da sociedade, mas também a de promover melhor gestão de processos e recursos e, ainda, como condição de aliviar os organismos centrais que se tornam sobrecarregados com o crescimento exponencial do sistema educativo e a complexidade das situações geradas.
     "O Estado devolve (para as escolas) as táticas, mas conserva as estratégias, ao mesmo tempo em que substitui um controle direto centrado no respeito das normas e dos regulamentos por um controle remoto, baseado nos resultados" (Barroso 1997. p. 11).
     A descentralização da educação é, por certo, um processo extremamente complexo e, quando se considera o caso do Brasil, a questão se complexifica ainda mais, por tratar-se de um País continente, com diversidades regionais muitos grandes, com distâncias imensas que caracterizam, também, grande dificuldade de comunicação.
      A descentralização educacional não é um processo homogêneo e praticado com uma única direção. Ela responde à lógica da organização federativa. Como se trata de um processo que se refere à transferência de competências para outros níveis de governo e de gestão, do poder de decisão sobre os seus próprios processos sociais e os recursos necessários para sua efetivação, implica existência ou construção de competência para tanto, daí porque a impossibilidade da homogeneidade apontada.
     É em decorrência de tal situação que, em muitos casos, pratica-se muito mais a desconcentração do que propriamente a descentralização, isto é, realiza-se a delegação regulamentada da autoridade.
     A desconcentração, pois, parece ser mais o caso praticado no Brasil em nome da descentralização estando, no entanto esse movimento se conduzindo para uma descentralização mais plena. O que vem ocorrendo na prática educacional brasileira e o deslocamento do processo decisório do centro do sistema para os níveis executivos mais próximos aos seus usuários.
     A municipalização do ensino e a escolaridade da merenda são práticas bem-sucedidas nesse sentido.
     A descentralização é, pois, um processo que se delineia, á medida que vai sendo praticado, constituindo, conforme indicado por Malpica (1994), mudanças nas relações entre o sistema central pela redistribuição de poder, passando em consequência as ações centrais de comando e controle, para coordenação e orientação (descentralização política); pela abertura à autodeterminação no estabelecimento de processos e mecanismos de gestão do cotidiano escolar e de seus recursos e de suas relações com a comunidade (gestão administrativa e financeira). Ainda, conforme apontado por Parente e Lück (1999), conduz a escola à construção de sua identidade institucional, constituída pela formação da capacidade organizacional para elaborar seu projeto educacional (descentralização pedagógica), mediante a gestão compartilhada e a gestão direta de recursos necessários à manutenção do ensino. Portanto, construindo sua autonomia.


terça-feira, 9 de julho de 2013

Fichamento 2

UNB

DISCIPLINA: OFICINAS TECNOLÓGICAS                
PROFESSOR: PEDRO ANDRADE
PROFESSOR TUTOR: ANA ELIZABETH MAIA DE ALBUQUERQUE
CURSISTA: MEIRE NÚBIA ALMEIDA DA SILVA MUNHOZ

FICHA DE LEITURA


 Gestão de tecnologias na escola

ALMEIDA, M. Gestão de tecnologias na escola. Série “Tecnologia e Educação: Novos tempos, outros rumos” - Programa Salto para o Futuro, Setembro, 2002.

1.     Objetivos do autor: Socializar recursos utilizando as TIC, entre eles a formação continuada para professores e gestores a distância.

2.     Conceitos Principais: Tecnologia da informação; Organizações; Estratégias; Benefícios das TIC; Contextualização; Comunidades Colaborativas; Intercâmbio; Colaboração; Suporte; Prática Pedagógica; Comunicação; Gestão Administrativa e Pedagógica; Ambientes Virtuais;

3.     Estrutura e linha de desenvolvimento do texto: o autor descreve o processo de formação continuada para gestores e professores à distância; a criação de comunidades colaborativas de aprendizagem. Explica a importância formação continuada à distância, baseada em um trabalho contextualizado na realidade da escola, sem afastar de seu contexto de atuação o educador em formação. Ele aponta a necessidade de clareza e coesão da equipe sobre os objetivos pretendidos pela organização. Explica também as diferenças entre dado, informação e conhecimento deixando claro que quando se faz confusão com esses três elementos, pode-se fracassar, que para haver um sucesso na implementação das TIC, é necessário saber de qual elemento será necessário, deixando clara suas distinções.

4.     Citações principais do texto: “As tecnologias de informação e comunicação foram inicialmente introduzidas na educação para informatizar as atividades administrativas, visando agilizar o controle e a gestão técnica, principalmente no que se refere à oferta e à demanda de vagas e à vida escolar do aluno. Posteriormente, as TIC começaram a adentrar no ensino e na aprendizagem sem uma real integração às atividades de sala de aula, mas como atividades adicionais.” (p.01)

“Não se pode esperar que as TIC funcionem como catalisadores dessa mudança, uma vez que não basta o rápido acesso a informações atualizadas continuamente, nem a simples adoção de novos métodos e estratégias de ensino ou de gestão.” (p. 02)
“O fator primordial para a criação de comunidades e culturas colaborativas de aprendizagem, intercâmbio e colaboração é a qualidade da interação, quer presencial ou a distância, cuja criação poderá viabilizar-se a partir da formação continuada e em serviço do educador.” (p. 02)
“A superação da dicotomia entre o pedagógico e o técnico-administrativo, instalada na cultura escolar, encontra eco em concepções educacionais que enfatizam o trabalho em equipe, a gestão de lideranças e a concepção e o desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola, tendo em vista a escola como organização viva que aprende empregando todos os recursos disponíveis, entre os quais as TIC.” (p. 04)
“Tais ambientes virtuais, denominados também de redes colaborativas de aprendizagem, permitem aos participantes trocar informações e respectivas experiências, estimular a discussão de problemáticas e temas de interesses comuns, incentivar o desenvolvimento de atividades colaborativas para compreender seus problemas e encontrar alternativas para enfrentá-los e sobrepujá-los.” (p. 06)
“Anuncia-se um novo tempo, cabendo a cada educador, seja gestor ou professor, participar de processos de formação continuada e em serviços que criam a oportunidade de formação de redes colaborativas de aprendizagem apoiadas em ambientes virtuais para encontrar, no coletivo da escola, o caminho evolutivo mais condizente e promissor de acordo com a identidade da escola e com o contexto em que se encontra inserida.” (p. 09 e 10)

5.     Críticas ao texto: O autor consegue ser sucinto nas suas colocações quanto a elaboração de um projeto de gestão de TIC, esclarece o objetivo das comunidades virtuais de aprendizagem. Ele traz excelentes contribuições para a adesão à formação continuada a distância, mostrando a importância dos fóruns de discussão, que o ambiente virtual permite articular, registrar, socializar informações significativas.



terça-feira, 2 de julho de 2013

Refletindo com Paulo Freire

"A amorosidade de que falo, o sonho pelo qual brigo e para cuja realização me preparo permanentemente, exigem em mim, na minha experiencia social, outra qualidade: a coragem de lutar ao lado da coragem de AMAR!!!"
"Não é, porém, a esperança um cruzar de braços e esperar. Movo-me na esperança enquanto luto e, se luto com esperança, espero."

FICHAMENTO 01


DISCIPLINA: OFICINAS TECNOLÓGICAS                
PROFESSOR: PEDRO ANDRADE
PROFESSOR TUTOR: ANA ELIZABETH MAIA DE ALBUQUERQUE
CURSISTA: MEIRE NÚBIA ALMEIDA DA SILVA MUNHOZ

FICHA DE LEITURA


Funções e papéis da Tecnologia
VIEIRA, A. Funções e Papéis da Tecnologia. São Paulo: PUC-SP, 2004.

1.     Objetivos do autor: Oferecer recursos aos professores para facilitar a gestão da educação utilizando as TIC.

2.     Conceitos Principais: Tecnologia da informação; Organizações; Estratégias; Benefícios das TIC; Contextualização; Categorização; Correção; Condensação; Comparação; Consequências; Conexões; Conversação;

3.     Estrutura e linha de desenvolvimento do texto: o autor descreve o processo de implementação das novas tecnologias. Explica a importância do estudo e planejamento por parte, principalmente dos gestores. Ele aponta a necessidade de clareza e coesão da equipe sobre os objetivos pretendidos pela organização. Explica também as diferenças entre dado, informação e conhecimento deixando claro que quando se faz confusão com esses três elementos, pode-se fracassar, que para haver um sucesso na implementação das TIC, é necessário saber de qual elemento será necessário, deixando clara suas distinções.


4.     Conclusões do autor: Mostrar de forma descritiva como implementar a tecnologia da informação de forma organizada.

5.     Críticas ao texto: O texto é claro, objetivo e interessante. O autor consegue ser conciso nas suas colocações evitando que o texto seja maçante. Ele traz excelentes contribuições para facilitar a organização do trabalho escolar utilizando as TIC.